Este relatório foi desenvolvido como exercício na disciplina de Estatística Econômica e Introdução à Econometria na Universidade Federal do Paraná.

Análise dos Microdados do Enade 2018

O Enade

O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) avalia o rendimento em relação aos conteúdos programáticos nas diretrizes curriculares dos cursos, além de outros aspectos, dos ingressantes e concluintes do Ensino Superior no Brasil. A prova é aplicada pelo INEP desde 2004 e faz parte do Sistema Nacional de Avaliação de Educação Superior (Sinaes). Os resultados do Enade, aliados aos outros exames do sistema, fornece os insumos para o cálculo dos Indicadores de Qualidade da Educação Superior, permitindo que a sociedade conheça a qualidade dos cursos e instituições de educação superior brasileira.

Seleção da amostra

O Exame é aplicado em todo o território nacional e possui um plano trienal que determina as áreas de avaliação e os cursos a elas vinculados. O ano de 2018 corresponde ao terceiro ano do ciclo. Para o ano em questão, a diretriz determina a avaliação dos:

  • Cursos de bacharelado nas áreas de conhecimento de Ciências Sociais Aplicadas e afins;
  • Cursos de bacharelado nas áreas de conhecimento de Ciências Humanas e áreas afins que não possuem cursos também avaliados no âmbito das licenciaturas; e
  • Cursos Superiores de Tecnologia nas áreas de Gestão de Negócio, apoio Escolar, Hospitalidade e Lazer, Produção Cultural e Design.
Os microdados dos Enade de 2018, disponibilizado pelo governo no portal do Inep, compila dados das Instituições de Ensino Superior e seus respectivos cursos, dados dos estudantes (anonimizados) e a as respostas da prova.

Edição de 2018 e dados sobre os cursos de economia

No ano de 2018, participaram do exame 548.127 graduandos de 27 áreas do conhecimento, distribuídos entre 1.762 Instituições de Ensino Superior.

Segundo o mesmo exame, no ano de 2018 foram registrados 195 cursos de economia no país, no qual 89 pertencem às instituições de ensino privado e 106 pertencem às instituições de ensino público. É possível encontrar o curso nos 4 turnos possíveis de ensino. Algumas instituições ofertam o mesmo curso em turnos diferentes, portanto, em ordem decrescente existem 164 ofertados no período noturno, 43 no matutino, 37 em período integral e 8 no período vespertino. A modalidade de ensino ainda é predominantemente presencial, sendo 187 instituições ofertando nesse modo versus 8 instituições que ofertam à distância.

A nota geral do estudante que realiza o exame é formada por duas provas, conhecimento geral e específico, correspondendo a 25% e 75% da nota, respectivamente. A nota formada está no intervalo de 0 a 100 e, entre os cursos examinados em 2018, a maior nota foi 93,7.

A média da nota geral dos cursos de economia no Brasil é 37,2. Para as universidades federais, referência de ensino, a nota é 41,07. O curso de economia na Universidade Federal do Paraná tem uma nota média geral de 38,8. Abaixo, um histograma com que demonstra a distribuição das notas.

Dados socioeconômicos

Pela grande riqueza de dados que ele nos disponibiliza, é possível que associemos variáveis diferentes para obter informações que podem se correlacionar, permitindo a criação de modelos muito representativos de determinadas populações, e também, observação de padrões que permeiam um determinado grupo sócio econômico e mostrar correlações com seus desempenhos nas avaliações.

Para iniciarmos nossa análise pretendemos relacionar as variáveis:

  • Nota Geral
  • Presença de algum familiar com curso superior completo
Após isso, analisar se a presença de um familiar com curso superior tem relação com o nível socioeconômico do aluno, e com seu desempenho nos testes do Enade. Para buscar essa correlação inicial fiz dois histogramas, o primeiro filtrando os alunos que têm familiares com ensino superior e outro com os alunos cujo os familiares não possuem ensino superior, sobrepostos para obter visualmente as particularidades que cada um deles possuem. O gráfico abaixo é a distribuição dos grupos por nota, segmentado pela presença de familiares com superior completo.

É perceptível em uma primeira análise a clara diferença na quantidade geral de alunos presente em cada um dos gráficos, do total de alunos realizante do exame é notório o predomínio de pessoas cujo os familiares têm ensino superior, somando 326.682, contra 158.827 sem ensino superior, podendo suscitar a hipótese que a tendência de alguém que tem um familiar já graduado cursar uma faculdade é bem maior, tendo em vista essa a discrepância entre os grupos analisados. o número de alunos com familiares formados é mais que o dobro do número de alunos que não tem familiares com essa característica.

Para o curso de Economia, a base de dados sofreu a mesma análise para se entender as diferenças entre os alunos de economia e os alunos gerais que realizaram o teste. A primeira medida a ser tomada é visualizar a distribuição através de histogramas, segmentando segundo o nível de formação dos familiares.

Por último, seria interessante analisar uma proxy que parece ter grande peso durante a gradução: renda. A hipótese é a existência de uma linearidade entre o desempenho geral do aluno e a renda familiar, ilustrado no gráfico abaixo.